Nesta sexta (25) estreia nos cinemas brasileiros “Diana”, um filme que retrata, de forma romanceada, os últimos dois anos de vida de Diana Spencer, a princesa de Gales. Protagonizado por Naomi Watts e dirigido por Oliver Hirschbiegel, o longa teve uma péssima recepção da crítica britânica.
O roteiro, baseado no livro “Diana: her last love”, de Kate Snell, foca o relacionamento da ex-mulher do príncipe Charles com o médico de origem paquistanesa Hasnat Khan, interpretado por Naveen Andrews. Mas o próprio Khan, apontado como “o grande amor” da princesa, nunca confirmou oficialmente o romance e diz que o filme tem uma história fantasiosa e baseada apenas em boatos.
Apesar das críticas, no entanto, ao menos um ponto positivo chama atenção: a caracterização de Watts, que ficou realmente parecida com a mãe dos príncipes William e Harry, morta aos 36 anos em um acidente automobilístico em Paris, no dia 31 de agosto de 1997, ao lado de Dodi Al-Fayed, o então namorado que, segundo o filme, seria não muito mais do que um “consolo” após o rompimento com Khan.
A atriz australiana, porém, não é a única a incorporar um membro da família real britânica com tanta semelhança. Embora em geral os filmes ajudem a melhorar (bastante) a aparência – nem sempre tão favorável – de príncipes, reis e rainhas, em alguns casos os retratos são fiéis.
Veja a seguir como foram retratados alguns dos integrantes da monarquia britânica e compare com ilustrações e fotos dos originais.
A australiana Naomi Watts já tem 45 anos, mas ainda assim conseguiu incorporar de maneira convincente a aparência e o jeito de ser da verdadeira princesa de Gales, morta aos 36 anos em 31 de agosto de 1997. No filme, que acompanha seus últimos dois anos de vida, ela já aparece divorciada do herdeiro do trono, o príncipe Charles.
Em sua segunda investida como diretora, Madonna, que também é uma das roteiristas do filme, foi duramente criticada, especialmente pelo tom leve com que tratou um casal tão polêmico. Inspirada pela história do rei Edward VIII, que preferiu abandonar o trono a desistir de se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana duas vezes divorciada e não aceita pelo governo e pela igreja anglicana, a cantora preferiu se concentrar no romance, deixando de lado fatos como a notória simpatia do casal pelo nazismo, por exemplo. Mas, ao menos, os protagonistas James D’Arcy e Andrea Riseborough eram até mais bonitos do que os verdadeiros Edward e Wallis.
Um dos quatro prêmios Oscar do filme (além de melhor filme, diretor e roteiro) foi justamente para seu protagonista, Colin Firth, por sua atuação como George VI, o príncipe que nunca havia sido preparado para se tornar rei, mas foi obrigado a assumir o trono após a abdicação de seu irmão, Edward VIII. Inseguro e gago, George VI conseguiu conquistar a confiança e simpatia de seus súditos durante a crise que precedeu a II Guerra Mundial e, para isso, contou com o apoio incondicional da mulher, Elizabeth (Helena Bonham Carter, também indicada ao Oscar), que mais tarde se tornaria conhecida como Rainha Mãe, uma das figuras da família real mais estimadas pelo povo britânico.
Embora a imagem mais conhecida da rainha Vitória seja a de uma velha senhora sisuda, no início de seu reinado, que durou nada menos do que 63 anos e sete meses, ela era uma jovem de apenas 18 anos, envolvida contra a vontade em intrigas da corte e verdadeiramente apaixonada por Alberto, o primo com quem se casaria e teria nove filhos. Em uma época em que eram comuns os casamentos arranjados e sem afeto, o casal tinha um excelente relacionamento, a ponto de a morte do marido fazer com que Vitória permanecesse em luto e recolhimento nas quatro últimas décadas de sua vida. No filme, eles são interpretados por Emily Blunt e Rupert Friend.
Baseado em um livro escrito por Phillipa Gregory, o filme é uma versão bastante romanceada e imprecisa da história das irmãs Ana e Maria Bolena. Ambas teriam sido amantes do rei Henrique VIII, e Ana se tornou a segunda esposa do monarca, que ordenou sua execução cerca de três anos depois da união, acusando-a de alta traição. Embora existam diversas teorias sobre o verdadeiro motivo, a mais aceita é a de que o rei, que teve seis esposas ao longo da vida, queria se casar com outra por acreditar que Ana era incapaz de gerar um filho homem para herdar seu trono. A distorção, porém, não ficou apenas nos fatos históricos. Conhecido historicamente por ser obeso e feio, Henrique VIII foi interpretado no filme pelo galã Eric Bana, e sua esposa, que também não parece exatamente uma beldade nos retratos da época, ganhou como intérprete Natalie Portman. Completando o belo triângulo, Scarlett Johansson fez o papel de Maria Bolena.
Quando o filme de Stephen Frears foi exibido no Festival de Veneza, Helen Mirren foi aplaudida por cinco minutos ininterruptos e, meses depois, conquistou um Oscar. Além de sua brilhante atuação, também impressionou a transformação física que a deixou bem parecida com a rainha Elizabeth II. No filme, a soberana precisa decidir como irá lidar com a morte da ex-nora, Diana, nos dias imediatamente após o acidente da princesa, em 1997. Embora as duas não fossem exatamente amigas, Elizabeth II reconhece o impacto emocional do fato sobre seu povo e também em sua família.
Foi no papel da última monarca da dinastia Tudor, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, que a até então pouco conhecida Cate Blanchett ganhou seus primeiros prêmios Bafta e Globo de Ouro, além de uma indicação ao Oscar. Nove anos depois do primeiro filme, que retratava o início de seu reinado e sua transformação na “Rainha Virgem”, Elizabeth I voltou a ser interpretada por Blanchett, novamente indicada ao Oscar, Bafta e Globo de Ouro ao aparecer como a rainha durante sua luta contra a Armada Espanhola.
Outra atriz indicada ao Oscar ao interpretar uma monarca britânica foi Judi Dench, que apareceu nas telas como uma rainha Vitória já viúva e bastante próxima e influenciada pelo escocês John Brown (Billy Connolly). O filme não afirma que os dois tiveram um relacionamento amoroso, algo que nunca foi comprovado na vida real, mas retrata a aproximação e o afastamento entre eles, que ocorreu quando Brown, a pedido de outros membros da corte, convenceu a rainha a sair de seu isolamento e a reassumir seus compromissos oficiais. A atitude contribuiu para que Vitória recuperasse sua popularidade e fortaleceu a então abalada imagem da monarquia, mas comprometeu permanentemente a amizade.
Bem antes de ser Elizabeth II, Helen Mirren interpretou a rainha Charlotte, mulher do perturbado George III. O filme mostra como diversos médicos tentaram curar o rei, interpretado por Nigel Hawthorne, cuja saúde mental entrou em declínio sem explicação aparente – embora atualmente existam fortes suposições de que ele tenha sido vítima de porfiria, um distúrbio metabólico com sintomas neurológicos. A situação gerou uma crise envolvendo o filho mais velho do rei, o príncipe de Gales, que em 1788 tentou aproveitar a ocasião para depor o pai e ocupar o trono, sem sucesso.
Célebre por suas habilidades militares e sua atuação na Guerra dos Cem Anos, que o levaram a chegar bem perto de se tornar rei também da França, Henrique V foi tema de três peças escritas por William Shakespeare. Baseado em uma delas, Kenneth Branagh fez sua estreia como diretor de cinema, recebendo indicações ao Oscar por isso e também por sua atuação no papel principal. Dividido em cinco atos, exatamente como uma peça, o filme começa com a invasão da França pelo exército comandado por Henrique V e termina com o Tratado de Troyes, acordo que o levaria ao trono francês, o que só não aconteceu graças à sua morte precoce, aos 35 anos.Fonte : http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2013/10/na-estreia-de-diana-veja-como-o-cinema-ja-retratou-realeza-britanica.html
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