Haddad garante que 'Serra não tem programa de governo' Petista explicou que acredita na transferência dos votos de Celso Russomanno e Gabriel Chalita

Terminada a apuração do primeiro turno da eleição em São Paulo, saíram vencedores José Serra, do PSDB, com 30,75% dos votos válidos, e Fernando Haddad, do PT, com 28,98% das escolhas. Logo no começo da manhã, a Rádio Jovem Pan entrevistou Haddad, que conversou sobre o plano, as alianças e a campanha neste decisivo segundo turno com Anchieta Filho, Marcelo Mattos e Patrick Santos. O ex-ministro da Educação agradeceu a confiança da população, lembrando que começou a disputa Publicidade com 3% das intenções de voto e terminou com quase 30%, antes de explicar que vê como natural a transferência dos votos de Celso Russomanno, do PRB, e de Gabriel Chalita, do PMDB, pois quem votou no terceiro e no quarto colocados, respectivamente, “votou pela mudança de rumo na cidade de São Paulo”, e Serra representa a continuidade da administração de Gilberto Kassab. Ele garantiu que iniciará em breve o entendimento com os partidos que participaram do pleito, citando a “votação expressiva e a bela participação” de Russomanno e Chalita, mas destacou que isso “se dará com naturalidade”. O petista ressaltou ainda que, quando o ex-presidente Lula citou Serra como “o candidato de ontem”, fazia menção à defesa da atual administração, que tem oito anos e não é bem avaliada, completou, em áreas como educação, saúde, transporte e moradia. Quando questionado sobre a frase de José Serra, que quer debater ética neste segundo turno, Haddad afirmou ter certeza de que “o Serra não quer discutir programa de governo porque não tem”, alegando que o tucano nunca apresentou qualquer plano, seja para o país (quando candidato à Presidência da República), seja para a cidade, antes de salientar que “é difícil esconder o Kassab o tempo todo”. O ex-ministro citou vários escândalos envolvendo a atual administração municipal, incluindo a liberação irregular de prédios, que tem como personagem principal Hussain Aref Saab, nomeado por Serra, e problemas com a merenda e a compra de uniforme escolar. Para ele, porém, tão importante quanto esse debate é a discussão sobre “saúde, educação, transporte público e moradia”, pois “a cidade não pode ficar sem rumo”.